DESEMPREGO RECUA PARA 12,1% EM AGOSTO, MAS AINDA ATINGE 12,7 MILHÕES DE PESSOAS, DIZ IBGE

Desalento se manteve em patamar recorde, atingindo 4,8 milhões de brasileiros.Taxa de força de trabalho subutilizada ficou em 24,4%, o que significa que falta trabalho para 27,5 milhões no país.

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 12,1% no trimestre encerrado em agosto, na quinta queda mensal consecutiva, mas ainda atinge 12,7 milhões de brasileiros, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Trata-se de um contingente 4% menor de desempregados que o registrado no trimestre até maio (529 mil pessoas a menos). Já na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, quando havia 13,1 milhões de desempregados no país, a população desocupada caiu 3,1% (menos 406 mil pessoas).

O resultado ficou ligeiramente melhor do que a média das expectativas de 26 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que apontava uma taxa de12,2%.

Número de desalentados segue recorde

O número de desalentados (que desistiram de procurar emprego), que havia batido recorde no mês passado, se manteve estável em 4,8 milhões. Em 1 ano, entretanto, a alta é de 13,2% (mais 555 mil pessoas).

A população ocupada cresceu 1,3% (mais 1,2 milhão de pessoas) em relação ao trimestre móvel anterior, atingindo 92,1 milhões de brasileiros. Em relação ao mesmo trimestre de 2017, houve alta de 1,1% (mais 1 milhão de pessoas).

Apesar do crescimento da população ocupada, os dados do IBGE mostram que a queda da taxa de desemprego tem sido puxada não por empregos com carteira assinada, e sim por vagas informais, pelo trabalho por conta própria ou doméstico.

O contingente fora da força de trabalho também se manteve estável no trimestre encerrado em agosto. O número de brasileiros que nem trabalham nem procuram emprego segue no patamar recorde de 65,5 milhões, um aumento de 1 milhão em 1 ano.

Trabalho sem carteira é o que mais cresce
 

O número de empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada (33 milhões) ficou estável na comparação com o trimestre de março a maio, mas caiu 1,3% (-444 mil pessoas) na comparação anual.

O número de trabalhadores sem carteira assinada (11,2 milhões) também ficou estável em relação ao trimestre anterior e subiu 4% (mais 435 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

Já a categoria dos trabalhadores por conta própria (23,3 milhões) cresceu 1,5% em relação ao trimestre anterior e aumentou 1,9% (mais 437 mil pessoas) na comparação anual.

Na semana pasada, o Ministério do Trabalho informou que o Brasil gerou em agosto 110.431 empregos com carteira assinada, o melhor resultado para o mês nos últimos cinco anos. No acumulado do ano, segundo o governo, foram criadas 568,5 mil vagas formais.

Falta trabalho para 27,5 milhões
 

A taxa de subutilização ficoi em 24,4% no trimestre de junho a agosto, se mantendo perto da estabilidade em relação ao trimestre de março a maio de 2018 (24,6%), o que significa que ainda falta trabalho no país para 27,5 milhões de brasileiros.

Veja o que são considerados trabalhadores subutilizados e quantos estavam nessa condição no trimestre encerrado em julho:

  • 12,7 milhões de desempregados: pessoas que não trabalham, mas procuraram empregos nos últimos 30 dias
  • 6,7 milhões de subocupados: pessoas que trabalham menos de 40 horas por semana, mas gostariam de trabalhar mais;
  • 8,1 milhões de pessoas que poderiam trabalhar, mas não trabalham (força de trabalho potencial): grupo que inclui 4,8 milhões de desalentados (que desistiram de procurar emprego) e outras 3,3 milhões de pessoas que podem trabalhar, mas que não têm disponibilidade por algum motivo, como mulheres que deixam o emprego para cuidar os filhos.

Crescimento do trabalho doméstico
 

O número de trabalhadores domésticos cresceu 2,7% (165 mil pessoas a mais) em 3 meses. EM 1 ano, a alta é de 3,1% (191 mil a mais).

O IBGE lembra que muitas pessoas buscam trabalho doméstico por questão de sobrevivência e falta de alternativas de trabalho. Já em momentos econômicos mais favoráveis, trabalhadores mais jovens e com melhor escolaridade tendem a buscar outro tipo de ocupação.

Renda estaganada

O rendimento médio real do trabalhador foi estimado em R$ 2.225 no trimestre de junho a agosto, apresentando segundo o IBGE estabilidade frente ao trimestre de março a maio de 2018 (R$ 2.216) e também em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.196). A massa de rendimentos (R$ 199,9 bilhões) também permaneceu estagnada.

Fonte: G1